quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Plantão do dia 24 de janeiro

Ao longo do mês de janeiro os plantões foram se tornando mais "tranquilos". Na sexta-feira do dia 24 executei apenas um teste toxicológico na delegacia de homicídios da capital.

O "kit" de exame toxicológico encontra-se disponível em nossa central administrativa, ao lado das maletas doadas pela Senasp.

Kit de exame toxicológico disponível para os peritos.

Fizemos o deslocamento para a delegacia na mais nova viatura locada pelo Estado. Tinha pouco mais de 600 km rodados e nenhuma caracterização na carroceria.


Apenas sete quilômetros separam a sede da Perícia Oficial da Delegacia de Homicídios da Capital.


A metodologia consiste em se aplicar em papéis filtro uma sequência de dois reagentes para detecção de maconha e, noutro exame, aplicação de apenas um reagente para detecção de cocaína. Todos em forma de spray.

Reagentes (tubos), material (tablete e "bombinha") e papéis filtro impregnados.

Esfregam-se os papéis filtro no material, mas não é tão fácil "esfregar" um papel em um pó!


Resultado da aplicação dos sprays:


A coloração avermelhada na segunda foto é o sinal de que se trata de maconha.

Já para o teste de cocaína tive de criar uma estratégia para borrifar o spray no pó suspeito.


Como o pó não fica parado depois da borrifada, tive de borrifar primeiro um suporte (fundo de um copo plástico) para acumular o reagente em forma de líquido e em seguida jogar o pó sobre o reagente.


A primeira amostra apresentou-se apenas como farinha. Já a segunda amostra apresentou a cocaína, mas com muita farinha misturada (segunda imagem acima).

Imediatamente é lavrado um laudo toxicológico provisório por meio de simples preenchimento de um formulário.


O procedimento é tão simples que não conta como local para a minha equipe. No rodízio que fazemos para distribuição de trabalho essa é uma saída da base que só dá trabalho.

Por outro lado me questiono se é necessário um perito para apertar sprays em material suspeito. Certos procedimentos o próprio delegado poderia executar.

Ainda sobre o assunto critico bastante a falta de treinamento para este procedimento. É simples, mas detectar a mudança de coloração no material exige uma "educação visual" possível por simulação prévia. É constrangedor tentar enxergar alguma coisa azul ou vermelha pela primeira vez na frente de um delegado!

Depois de inaugurar o kit de exames toxicológicos ainda encontrei tempo para organizar a sala da equipe no Instituto de Criminalística. Vejam abaixo o antes e o depois da fixação de prateleiras para os sapatos de trabalho dos colegas.



O cabideiro já tinha sido fruto de meu esforço anterior. Agora cada sapato tem seu lugar marcado e, longe do chão, facilita a limpeza da sala.

3 comentários:

  1. Prezado André. Parabéns pelo trabalho. Charles Mariano.

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  2. Qual seria a quilometragem das pajeros?

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    1. Na data desta resposta, já passamos de 300 mil quilômetros rodados na mais antiga das três Pajeros disponíveis atualmente.

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