terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

GPS - esse "tacógrafo" digital!

Hoje vou narrar o plantão do dia 10 de fevereiro sob a forma do itinerário que foi produzido pelo GPS que carrego comigo para fins de georreferenciamento dos locais de levantamento, medidas extensas de distâncias e elevação do terreno.

Desde dezembro de 2006 utilizo um GPS da Garmin, modelo GPSmap 60 CSx. O Instituto de Criminalística também possui dez aparelhos semelhantes da Garmin, que é o modelo GPSmap 76 CS, eles só não possuem o medidor barométrico (clique nas imagens para ampliar).



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Já naquelas primeiras experiências fiz o levantamento de um tombamento de caminhão e pude constatar um trecho anterior ao da ocorrência com pista em linha reta e em desnível. Ambas circunstâncias favorecem o aumento da velocidade do veículo e eventual descontrole na curva.

Medidas na rodovia efetuadas com o GPS (clique para ampliar).

Medida do perfil transversal da rodovia com o GPS (clique para ampliar).

O programa Mapsource da Garmin oferece as imagens e gráficos. Eu utilizo a tecla "Prtscn" do teclado para copiar a imagem para a área de transferência e em seguida colo num arquivo em branco do Photoshop. Dali edito as indicações que preciso para a expressar as conclusões periciais.

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De volta ao plantão do dia 10 de fevereiro:

Geralmente, ao sair da base do Instituto de Criminalística, marco um ponto para determinar a hora de saída do prédio. Isso já é dado pela hora marcada na trilha que está sendo gravada, mas percebi algumas divergências quando a função de "horário de verão" está atuando. Como os pontos sempre marcam a mesma hora, me condicionei a apertar a tecla "mark" todas as vezes que saio para local!

Chamada à 1h35 da manhã. Local a 231 km de distância. O motorista pegou a viatura Pajero e, tanto eu quanto ele, nos confiamos que poderíamos abastecê-la com o combustível diesel S-50 em apenas três postos autorizados (domingo, madrugada e Carnaval!). É claro que não conseguimos. Já com o tanque baixo, e sem autonomia para ir até o local, simplesmente rodamos 138 km para nada! Gastamos 2h40 para voltar para o IC e só gastar o resto do combustível que tinha. Veja abaixo o itinerário construído pelo GPS.

Itinerário infrutífero para abastecer a viatura (clique para ampliar).

Infelizmente houve um erro de procedimento no manuseio das viaturas. A viatura que pegamos não havia sido previamente abastecida e não poderia ser escolhida para atender o local.

Já com outra viatura (abastecida!) e mais um motorista (o primeiro ficou cansado, mas também foi na equipe apenas para levar até o local), saímos do IC às 05h05. O dia já estava claro.

Chegamos em Santana do Ipanema pelo caminho mais longo (acréscimo de 27 km indo pela AL-220. Pela BR-216 são 204 km). Outra má escolha do nosso motorista cansado...

Itinerário até Santana do Ipanema (clique para ampliar).

Apenas passamos na frente da delegacia, que fica às margens da BR-316, e os agentes de polícia já estavam no carro para nos levar ao local que era próximo (425 metros da delegacia).

Assim que desembarquei fui informado que havia outro homicídio no município de Limoeiro de Anadia. Como fazia parte do meu itinerário de retorno, imediatamente liguei para o IC e comuniquei que faria o levantamento. Solicitei o número do caso para registrar nas escalas que fosse eventualmente usar.

Atendimento do segundo local no itenerário de volta (clique para ampliar).

Abaixo o croqui que vou inserir no laudo. Infelizmente a área não é fotografada com alta resolução pelo Google Earth.

Itinerário próximo ao local 2 (clique para ampliar).

Dali retornamos ao IC, mas sempre pensando se não apareceria outra ocorrência no caminho de volta! Vale dizer que o plantão já havia terminado quando chegamos na delegacia de Santana do Ipanema (08h10). Retornamos ao IC apenas às 12h41.

Abaixo, imagens dos dois levantamentos. O primeiro em Santana do Ipanema com arma de fogo (local aberto, logradouro público) e o segundo dentro de um imóvel comercial (bar) no Sítio Cajueiro, dentro do município de Limoeiro de Anadia onde foi utilizada uma arma branca, mas não a que foi fotografada, que era da vítima.




O mais curioso foi quando retornei ao IC. Já estava bastante cansado. Mal havia dormido duas horas e já tinha passado a hora do almoço. Simplesmente joguei tudo na mochila e desembalei para casa. Nisso o GPS ficou ligado na minha bolsa! Já sabem o que aconteceu, né? Tudo ficou registrado! Desde o momento que passei na central administrativa (na frente do prédio) até quando arrumei minha mochila na minha sala (no fundo do prédio). Também marcou todo o itinerário até a minha casa e a hora em que a bateria acabou na madrugada do dia seguinte (04h13 do dia 12).

GPS "dedo-duro", mostrou meu caminho até em casa!

Conclusão: um motorista cansado pode aumentar o percurso até o local em 27 km ou fazer você perder 2h40 do tempo total disponível para atender locais no interior. Um perito criminal cansado pode deixar para descarregar os dados do levantamento em casa e esquecer o GPS ligado.

É claro que estamos nos divertindo um pouco e nada de grave aconteceu, mas fica o recado. É preciso evitar o cansaço dos colegas em todos os níveis de atividades do Instituto de Criminalística.

Amanhã farei plantão novamente e já estou tomando as providências para prevenir tudo isso. Vou começar comprando novas pilhas para o GPS (risos!).

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